- Discussão sobre o filme "Narradores de Javé" e leitura de textos produzidos pelos professores do Gestar.
- Meu texto:
A pequena cidade de Javé será submersa pelas águas de uma represa. Os moradores não serão indenizados e sequer serão notificados, pois não possuem registros nem documentos das terras. Inconformados, descobrem que o local poderia ser preservado se tivesse um patrimônio histórico de valor comprovado em "documento científico". Decidem então escrever a história da cidade - mas poucos sabem ler e só um morador, o carteiro, sabe escrever. Depois disso, o que se vê é uma tremenda confusão, pois todos procuram Antônio Biá, o "autor" da obra de cunho histórico, para acrescentar algumas linhas e ter o seu nome citado. (http://pt.wikipedia.org/wiki/
O filme, Narradores de Javé, é uma produção de 2003, do gênero drama, dirigido por Eliane Caffé.
Memória e oralidade de um lado, a escrita do outro; ou seja, povo de Javé e Biá.
A escrita assusta porque é desconhecida. Biá assusta porque escreve.
Uma sucessão de desencontros entre o conhecido que liberta porque é móvel, flexível- a oralidade-, contra o registro que é feito por palavras que, aos olhos do povo de Javé, prende, fixa as idéias numa gaiola- o livro.
Percebe-se no filme o dinamismo da memória. Todos falam e contam sobre um mesmo assunto, sem que haja uma igualdade nas afirmações. São heróis, atos, histórias que se entrelaçam em suas origens, mas que tomam a forma do seu contador.
As narrativas contadas mantém viva a história daquele povo, que busca a manutenção e a fixação das suas raízes naquela terra. A palavra escrita é o que pode mantê-los lá, pois são elas que manterão o vínculo verdadeiro com a humanidade, que confirmarão a posse daquelas terras. É o desconhecido autorizado a entrar...
Oralidade e escrita finalmente se entrelaçam. O povo de Javé busca Biá. Biá busca o povo de Javé.
3. Trabalho em grupo para finalização do TP4 (Processos de leitura)
